sábado, 2 de outubro de 2010

TOUTINEGRA

Toutinegra madura,
não te quero saber triste
Nem sequer culpada
de nossos pecadilhos!
Desgoma-te do passado
põe-no numa redoma
em recato
bem guardado.

Olha-me nos olhos
vislumbra um futuro,
sem pensar
nos escolhos

Ensina-me o caminho
o que seja, o que for!
Vivo agora
neste absurdo torpor,
qual ave
caída do ninho!

Será inútil que me traves
que me rejeites
ou me iludas
porque já trago na boca
este perverso sabor
da tua pele suada
em noites de Maio!

Quero-te, assim, a meu lado
desnuda, deitada
(como imagino)
em segredo!

Quero sentir teus seios agudos,
esses frutos maduros
nas minhas mãos!


Quero a doçura
experiente e antiga
de teu ventre
de encontro ao meu!

Quero a geometria
ritmada e perfeita
das tuas coxas
enclavinhadas nas minhas!

Quero que me sintas,
qual Minotauro,
cavalgando teu dorso,
madrugada adentro!

Toutinegra,
voa comigo,
leva-me contigo
para onde quiseres.
Diz-me o caminho
mostra-me a rota
dar-te-ei meu braço
pra onde?
Não importa!

Poemeto-me a ti, enquanto jovem que sou, Toutinegra madura como te quero!

Ivone Soares