sábado, 27 de outubro de 2007

23H40min

Diante do computador, deixo fluir meu pensamento, este que transcrevo...este que partilho! Depois de hora a fio labutando, finalmente inspiração chega para não deixar esta em branco!
Queria mesmo partilhar não só acções que levo a cabo faça sol ou venha a lua escaldar-me, mas também este particular momento em que me vejo inoperante, melhor...esta tranquila! Noite ainda menina...Será? Enquanto digito lá perco, francos, 5 minutos! Sonhando ainda não estou, mas quero esquecer-me, hoje, neste instante, de quão me importo com a perfeição, no fazer, no ser, no estar, no sentir...mas impossível é-me, assim sou, assim serei. Coerente, leal, depois e antes de tudo menina. Menina moça, moça mulher, mulher dona de mim, de mim escrava. Escrava? Porquê? Ainda lá não estou, estou sim diante de teclas, estas novas que me fazem esquecer minha letra, letra miúda que de caneta em punho tantas rabisquei...para os titios, mamã, amigos distantes, não distantes de mim, mas de meus negros olhos, estes que anseiam por um Moçambique melhor. Melhor para os meus, melhor pro Mundo...mundo refiro o do pé descalço. Aquele cheio de sonhos, esperança a abarrotar a alma, expectativas mil.

Exulta minh’alma, ardente, contributo dado. Sem fazer rumor, fantásticas idéias se me vão passando cabeça adentro...atormento-me, refresco-a e meus pensamentos atraem minha atenção. Nem me envergonho, transpareço o que vejo, o que penso, o que sinto...enfim, o que desejo! Confesso, tudo significar SAUDADE, somos todos diferentes, cada um com sua viagem, seu filme, mas em meu Ego sinto nunca dormir, me encontro desencontrada, com meus problemas, soluções a modo meu, abafando gritos de socorro. Ninguém me ouve, a ninguém digo, exagerada nos cuidados, mas quase bem. Bem com os meus, aqueles que já la foram, não mais ao sol, não mais a chuva, não mais entre nós...De tudo, socorro maior darias tu pai, Liberato Bernardo Soares. Sinto-te dia e noite, presente, quente, amigo, conselheiro nas noites turvas, guia meu quando entre muitos, só.

Ainda eu menina, projecto de adulta, lá estavas plantando o que hoje mamã vê. To pensando em ti, tenho o rosto confundido, te tenho vizinho.

Ivone Soares

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