quarta-feira, 13 de julho de 2011

Abecedário

Amanheceu, é Sábado, decido fazer arrumações
Começo pelos cantos do meu ser
Sacudidos os parágrafos
Polidas as frases
Letra a letra limpo
reflicto-as
reluzentes ficaram
quero jogar com o abecedário
fazer teoremas
matematizar-nos
recriar-te a modo meu
verás!
É Sábado...S de sol...de saudade...sumauma te sou.

Ivone Soares

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sou mentirosa...

Sou mentirosa:
quando me perguntam se estou bem
escondo os meus problemas,
escondo os meus pensamentos
reservo todas insuficiências pra meu fórum particular.
No meio dos meus estranhos pensamentos
no meio das minhas lutas
conto somente com as minhas próprias forças
ninguém luta a minha luta
e no fundo sou mentirosa
sorrio quando quero chorar
caminho quando quero sucumbir
calo quando quero falar
não faço barulho
fico quieta mentindo com o rosto,
mentindo com a boca,
mentindo com os gestos
mentindo por vezes pra mim mesma
finjo acreditar que está tudo bem.
Aquilo que sonho só meu coração conhece
ao resto do mundo minto e este nem se aquece
nem se apercebe e
luto sozinha as minhas lutas
sem ninguém que me acuda.

Ivone Soares

domingo, 22 de maio de 2011

Eu, Senhora da Zambézia, já não escrevia

Não escrevia, nem queria
inspiração faltava.
por sonhos desfeitos
repensei a vida.
Fi-lo, fa-lo-ia de novo
again and again...
hoje, quis retomar-te, velho hábito.
Aquele órgão palpitante
por coração conhecido
teima emoções viver
Aquele órgão palpitante reacendeu!
Aquele órgão palpitante nada mais quer perder
Pois há magia no ar:
sabendo a mel especial.
Como o sei?
Beijo suculento provei
dado sem cortesia, sem urbanidade
dado no chão de sangue, suado e fervente
beijo especial doce e quente
dado intensamente.
Insistes: como sei? Provei!
Moderadamente provei, gostei e gemi.
Provei um beijo forte que me virou pelo avesso
provei um beijo idealizado por ti
provei um beijo concludente e quente.
Provei-o classicamente:
encoste de lábios e línguas,
provei-o dinâmica, viciante é.
Eu Senhora da minha terra
já não escrevia... mas há magia no ar.


Ivone Soares