sábado, 22 de dezembro de 2007

Magia nas dunas de ti

O primeiro beijo que trocamos
foi como que magia
os sonhos com teu corpo
são sedutores e quentes
sonhos molhados pelo Umbeluzi
o mesmo Umbeluzi meu vizinho
há magia em ti!
Há algo inesplicável que me atrai
há algo indiscretível que me fascina
em ti...há magia
Nas dunas do teu corpo quero sim...perder-me
quero sim...quero
nas dunas de ti quero habitar
teu olhar é tão doce quanto fogoso
quero perder-me em ti
duna mágica quero habitar-te
ser-te como alguém disse algures
ser-te sendo-me
permita-me habitar-te
permita-me aceitar tua magia
Penso na magia das dunas em ti...sinto-te
escorpiando-me.

Ivone Soares

Dona


Minha pele cheira, hoje, a ti DKNY
Adoro teu aroma, adoro tua essência
Adoro vestir-te na minha pele que tanto tocas
Dona és sem dúvida uma maravilha
És sem dúvida sedutora
Sabes a maçã verde como gosto
Hoje louvo-te
Divina és
Divino tornas meu ser.
Obrigada por existires DKNY
Obrigada por seres deliciosa.

Ivone Soares

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Meu diamante és


Não quebre meu coração se minha alma queres
Não quebre meus sonhos se nele habitas
Não quebre minhas fantasias porque te buscam
És o diamante mais lindo que já ganhei
Aprenderemos a caminhar por estes caminhos tortuosos.

Que te espero nas madrugadas-dia sabes
Avizinho-me do teu palácio
Espreito-te
E lá na moita te sinto
Nossos gemidos multiplicam-se em mim
Nossos desejos nunca subtraídos
Nossos corpos imploram-se

Nestes tortuosos caminhos
caminhamos
mãos dadas quase que dançando
Em uníssono ouve-se
Feitos um pr'outro
E grito, gritas...juntos gritamos
anunciando a primavera.
Inverno nunca mais
quando nossos corpos arderem.

Ivone Soares

Se quero


Quero estar em casa
Hoje dia frio, tudo pessimamente correndo
Quero estar em casa.

Tomo meu banho caldo
Coloco minha vestalha quente
Solto a carapinha
Refresco meu ser com meus aromas preferidos

Quero apenas estar em casa
Esquecer este bruto dia
Esquecer o mundo lá fora
Esquecer...

Em minha casa faz sol
Em minha casa reina a paz
Em minha casa toda dor some
Esta minha máquina, companheira de todos momentos
trair-me...jamais

Amanhã novo dia virá
Certa estou
novo dia virá
E tu...meu fiel amor
estarás em paz comigo
Amanhã é esperança
Amanhã é sonho de estar-te
Amanhã...
ah se quero o amanhã
pra passar por baixo do sol
pra não fome sentir
não tristeza abraçar
apenas ter-te...amanhã.

Ivone Soares

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Meu feitiço, minhas almas

Hoje exponho-me
Hoje abro-me




Hoje deixo que me conheças





Hoje permito que me sintas





Hoje eis-me
perfumada
quente...feiticeira
fluíndo em ti

Sonha comigo.

Ivone Soares

Noites infinitas


Amo estar no escuro do dia
contigo meu último sobrevivente
tu que me tiras o fôlego
tu que me tomas os melhores anos da vida
tu que fazes minhas noites infinitas
quero dizer que me sendo
as noites de insónia somem

Nestes melhores momentos das nossas vidas
aperto-te forte
pra eternizar os nossos momentos
pra eternizar as noites do dia
cada dia pesco milagrosamente
pedaços de ti em mim
cada dia conheço-te
cada dia sinto-te
cada dia em ti penso
cada dia estás como semente em mim
cada dia, tesouro, cada dia
como uma pesca milagrosa
amo-te meu pescado.

Ivone Soares

sábado, 15 de dezembro de 2007

Sonho longíquo


Era não uma vida, mas um sonho
desaparecerá assim
enquanto procuro a mão
enquanto procuro enroscar-me mais
enquanto tento adormentar-me
perco sono.

Não sabia afastar-te
não sabia repelir-te
o nosso sonho tesouro
simplicava a nossa vida
delícia que és vejo-te em mim
quero contar um antes e dois depois
quero contar esse
súbito amor
e guardo o sonho comigo
no lugar que nosso é
o horizonte.

Ivone Soares

Buscando felicidade


A ânsia de crescer e aprender faz com que voe
com que voe buscando a felicidade
buscando que o tempo passe com o tempo
buscando sonhos de vencedora
sonhos que me unifiquem
sonhos que nos unifiquem
antes temia a felicidade
é como o futuro... atingimos e torna-se presente.
Felicidade é o que tenho agora, felicidade é o que sei agora
felicidade é ser deste meu tamanho
felicidade é não mais recuar,
felicidade é ter tempo e coragem para caminhar
caminhar para a felicidade
felicidade és tu

Ivone Soares

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

kama Sutra com meus pensamentos


Poemas fazem-nos nunca estarmos sozinhos,
Poemas fazem-nos passar o tempo,
transcorrer nossas idéias fortemente rabiscadas
Este meu coração não quer apenas a voz do amor, quer liberdade de voar e cantar o amor.
Minhas palavras são verdadeiras,
quero-te sempre comigo,
posso até deixar o tempo andar como anda
mas crio amor com pensamentos
faço amor com meus pensamentos
faço-o agora
Amanhã certamente o dia será outro
terei novas formas de kama sutra na alma
tatuantes para nunca sair
o dia amanhã será rosado
meu coração pula de muito amor para dar
ao mundo dará
mundo este nosso.


Ivone Soares

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Vinicius de Moraes


Não vi outra caixinha. Deixo aqui mesmo o Vinicus, como prenda de Natal. Agry


Mensagem à Poesia
Vinicius de Moraes

Não posso
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.

Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso
reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre; por isso
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.

Mas não a traí. Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la. A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim. Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz. Minha paixão de homem
Resta comigo; minha solidão resta comigo; minha
Loucura resta comigo. Talvez eu deva
Morrer sem vê-Ia mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia. Digam-lhe que é esse
O meu martírio; que às vezes
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abastecem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...
Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação extática
Num amor cheio de renúncia. Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho; e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.


Obrigada Agry.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

ACREDITA


Passou da conta o desejo de te estar
Passou da conta o anseio de te ser
Passou da conta o magnetismo que me impele pros teus lábios
Dizer-te QueroTe
DesejoTe
PensoTe
SintoTe
SonhoTe
pouco seria
DisseTe... DigoTe...& Direi sempre
SouTe
SouTe como as mangas da mangueira
como as folhas dos ramos
como o caule das raízes
como essência de ti
Amor nenhum se iguala ao presente
Passado nenhum me esquenta o corpo, a alma
Juro honesta Te sou...honestamente QueroTe
Acredita,
Acredita seres
Não um troféu
Mas... uma chamada pra vida
uma vera chamada pro horizonte.

Ivone Soares

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Falhada?


Falha sempre tudo
Não acerta, não agrada, não sabe exteriorizar...
a menina que conheces é assim
Tentada a dizer QUERO-TE
entrou mal
Esbarrou-se na confusão de si
Melosa ficou
Há portas fechadas?
sofrida por não agradar
magoada de si mesma
desabafa
QUERIA DIZER...QUERO-TE!
Mas não soube
QUERIA DIZER...SOU-TE
Mas não soube
QUERIA DIZER...DESEJO-TE
Mas não disse?
Disse sim, e sabes
Disse hoje, antes...faz minutos.
Lê-me como sou...
complicada? Atrapalhada? Introvertida?
Nada disso...nada sou, nada quero, nada desejo
Neste instante sente apenas
Neste instante lê-me apenas
Neste instante
Sofrida está
Querendo-te
Não mais falo de tua gruta Catullo
Vou pra minha ilha
Aquela que nem conheço
em Moçambique situada.

Ivone Soares

Nossa história


Quero partilhar nossa história com o mundo
Em viva voz declarar, uma, duas, infinitas vezes
SOU-TE!
Hoje, olhando pr'esta vi
Vi quão profunda,
quão terna, quão doce e apetecida é nossa história.
Outras são desvendadas como le grotte di Catullo
a majestosa residência que, hoje, neste cantinho exponho
certamente, tesouro, foi palco de cenas inesquecíveis
Nem o tempo apagou,
Nem nós vivenciamos,
Nem aceitaram um Adeus
Nós assim somos
inapagáveis pelo tempo
mesmo se nem nos sexuando
Tesouro
Passem os segundos que passarem...milhares
Repenso-te, ao quadrado
Passem os verões que passarem
firme estamos
Juntos... Sedosas peles grudadas
Tesouro
É-te fácil sentir-me
o mundo sabe que me tacteas
que me és
que te sou
o mundo conspira
quer-nos
tão sedentos de nós estamos
tão repleta de ti me vejo
tão meigo me és
Na gruta de Catullo amor se faz
amor se sente
amar se quer
Amanhã ao botar minha boca em ti
saberás... é tua
sou-te...sempre serei
Na nossa gruta esta secreta habito-te
Tesouro acasos surgem
Não vem a caso...mas surgem
Quando tocaste minha menina
Quando beijaste minha coxa esquerda
Quando roçaste meus pontos
Sabia a café da manhã no leito
Não mais um enigma... sou-te
Sou-te sal, mel, cinza, costela,
sou-te caverna na berma da estrada de ti
Sou Umbeluzi

Ivone Soares

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pra ti meu Rei


Impelida pros teus cantos sinto-me
teu encanto maior tesouro
é teu ser em mim
viciada de ti sinto-me
e a cada instante este diabinho
que em mim vive
quer-te...chama-te...a ti empurra-me
os mil beijos que prometi
estão-te chegando...lenta, mas docemente
contarás o beijo mil...neste espaço testemunharão
nosso enlance, ontem, desenlaçado
se falassem nossa língua
os visitors
não mais diriam que não vens
tenho-te sim...
Escorpiaste-me com teus lábios
tuas mãos firmes, doces, quentes como sei
quero não mais teu rock em mim,
mas teu JAZZ
Tesouro...
espermada fiquei não ficando
sede mataste de amar
nestas linhas desencontradas rabisco
sabes porquê?
porque mulatinhos doces fortes nela nascem
fruto de ti em mim
espermado vi-te...ahhh, ainda te sinto
fogoso como o sol que te rodeia quando a mim te dás
sabes, banhada estou, excitada, a ti entregue...sim...completamente

Ivone Soares

domingo, 2 de dezembro de 2007

Escorpiando-te



Não acreditarias se dissesse que picada de ti estou
fundo tão profundo quanto as profundezas do Umbelúzi
Aquele Umbelúzi meu vizinho nas terras que irás conhecer
Se te falasse que és escorpião...sim meu signo fogoso te vinhas...ah se vinhas!
Conheci tua língua, teu indicador, teu general,
mas antes sofri alguém dizia que não virias...mas achei-te em mim
profundo, meigo, tão doce como só tu.
Sabes, hoje ao olhar-te o pé
sensações loucas de doida varrida vieram espreitar meus pensamentos
sou duas numa, esta e aquela que não conheces ainda...ta darei,
não hoje, não amanhã...mas naquele dia que tu inventaste: o breve.
Se eu te contasse, quão estremecida estou, saberias que t' (a)guardo
naquele lugar onde só minha mangueira sabe
ah! minto...alguém mais sabe...TU!

Ivone Soares

domingo, 25 de novembro de 2007

Achei-te


Tesouro dos sonhos ganhos
nosso mundo secreto
desabitado não pode ficar
duas almas lá achadas
dois corpos embebedados de tanta sura
tesouro meu achado
só minha menina sabe como te sofre
silêncio profundo sinto doer
dói na carne
dói
dói nos ossos
dói
dói na alma esta que tanto preservo
Tesouro dos sonhos ganhos
meu sol
meu Rei
To louca por ti.

Ivone Soares

domingo, 18 de novembro de 2007

Em ti


Desnudada, desvendada...mesmo destapada
Minha capulana envolta em mim...desenrolada
aquelas caricias que tanto quis
doces...ardentes...sinto conhecer
sabes que não, mas sinto assim
velado, secreto, curiosa fico de ti em mim
madrugada virá, e eu
t'espero no sonho grizalho de mim
vens?

Ivone Soares

Lábio de ti


Lambuzar-me quero em ti
Entranhar-me teu afora
corpo como nunca quis
Lambuzada sentir por ti... de ti
Lábio de ti...dá-me
ontem, naquele instante, naquele secreto
Te quis
Quis querendo como só sei
Naquele instante me vim
O sussurro de voz de ti
ecoa no eu...ahhh incediada estou
Onde andaste que te não deste cedo?
Lábio de ti desejo
Desesperadamente desejo
tudo apalude teu ser
perna cruzei
remédio de ti.

Ivone Soares

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ah se te quero


Amor casei-me
Naquela sexta como hoje
Dei-te meu anelar
Enfiaste fundo a nossa aliança
Do dedo não a tiro

Amor gozei
A 100m de casa...dormimos
Noite louca
Enlouquecida deixaste-me

Ainda hoje te sinto revirar em mim
Amor te penso
Dia e noite
Amor amor
Amor te choro
Amor te amo

Ivone Soares

Molho de ti


Singelo toque
Remoeu-me entranha adentro
Coração pulava
Com teu roque
Molho de ti...cheiro em mim
Fogoso toque endiabrou-me de paixão
Pra frente...em frente...de frente
Uhhh que tesão
Singelo toque
Teu roque em mim
Ivone Soares

terça-feira, 6 de novembro de 2007

É SEM PAI


Sentada medita

De pijama trajada

Reflecte, e… acredita

Que é consolada.

Lágrimas limpaste com a mão

Mas dê pão

É sem pai

e grita aiiii.

Quebrante o sofrimento

da viúva e do órfão

tenha compaixão.

Obrigada dirá

e jamais esquecerá

tamanha bondade.

Ivone Soares

SÓ MARIA


Amiga te tornaste

Objectivos obscuros, jogo de interesses

Entre confidências, relatos

autênticos boatos

Um devir esgotante

Camunflado hoje caducado?

Amiga te impuseste

Como escutas, divulgas

Ai meu Pai! Amigas!

Contigo lambuzam

De ti cospem.

Amiga melhor

Só tu…Maria

És mãe, conselheira

És sincera.

Viventes, falso testemunha levantam

Difamam, caluniam, sempre elas…Amigas terrestres.

Pudera ter uma!

A ti escolho

Dentre todas

Só tu Maria minha mãe

Milagrosa sobrevives

Dedico a minha mãe: Dª Maria Arminda*

*Antiga Combatente da Luta de Libertação Nacional

APAIXONADA


Dedicatórias (re)escrevo

Das (re)lembranças vindas…

Hum! Tantas são!!!

Nas profundezas do meu EGO,

As encontras

Vivências doces, amargas, inesquecíveis

Com minha pena

angústias exteriorizei

medos, desejos em A4

Algures achei reais

Cores, traços, linhas,

letras e… pontos

fortes como rabisquei!

Em A4… As encontras.

Leva-as o vento

Queima o fogo

Envelhece o tempo…

Há em meu EGO.

Ivone Soares


sábado, 27 de outubro de 2007

O Belo


Por vezes algo inexplicável nos consome por dentro e achamos ter certezas absolutas;
Por vezes cremos no que nossos olhos acham verdade;
Por vezes nosso mundo, este imperfeito, mas a contento, remete-nos a considerar que estamos controlados;
Por vezes ainda decidimos fazer avanços, cujas consequências fogem nosso horizonte;

Verdade! Tu que és tão buscada que face tens?
Emergir problema não é, nem se pretende seja. Problema sim é faze-lo sem que factores externos sejam postos em cena, avaliados.
Tenho dito obedecer a princípios (ético-morais) a que me impus...bem o faço, diga-se de passagem!
Será, por ventura, menos verdade que nossa vivência tem cunho na busca incessante pelo Belo, arriscado, impossível?
Quantas não são nossas patrícias que buscam o lado B? B de Belo? Confesso, de Belo!
Nós mulheres, determinadas, destemidas, incansáveis, sacrificadas, sonhadoras acima de tudo, indo vamos a busca do melhor. Melhor para os nossos. Melhor para a causa julgada imperdível.
Justas, mais do que fiéis, leais, lés-a-lés caminhando para vencer. Vencer o quê? Acredito tenha ocorrido questionar-me?
Siga-me! Outro ano, 1979, estava eu nascendo para orgulho e satisfação dos meus. 1989 estava fazendo minha primeira década, aí as expectativas começaram crescendo ao meu tamanho. 1999 estava eu moça feita, estudante, com profundo interesse em política, envolta em causas sócio-humanitárias, activista ferrenha dos Direitos Humanos.
Hoje, caminhando para a terceira década, bem, casada, trabalhando no que acredito ser minha área de inclinação, vejo quão útil foi pautar pela busca do Belo. Belo esse que não pode associar-se a vícios. Falando nisto, tive hoje a oportunidade de palavrear com alguém que me escutava e dizia eu: não sou apologista da aliança da virtude com o vício. Imagine que em resposta obtive um Belo dizer: « a diferença é estar a associar várias virtudes a um vício» Elas, virtudes, camuflam o fumo...

Ivone Soares

(Pemba, Moçambique)

04: 55h AM-070227

23H40min

Diante do computador, deixo fluir meu pensamento, este que transcrevo...este que partilho! Depois de hora a fio labutando, finalmente inspiração chega para não deixar esta em branco!
Queria mesmo partilhar não só acções que levo a cabo faça sol ou venha a lua escaldar-me, mas também este particular momento em que me vejo inoperante, melhor...esta tranquila! Noite ainda menina...Será? Enquanto digito lá perco, francos, 5 minutos! Sonhando ainda não estou, mas quero esquecer-me, hoje, neste instante, de quão me importo com a perfeição, no fazer, no ser, no estar, no sentir...mas impossível é-me, assim sou, assim serei. Coerente, leal, depois e antes de tudo menina. Menina moça, moça mulher, mulher dona de mim, de mim escrava. Escrava? Porquê? Ainda lá não estou, estou sim diante de teclas, estas novas que me fazem esquecer minha letra, letra miúda que de caneta em punho tantas rabisquei...para os titios, mamã, amigos distantes, não distantes de mim, mas de meus negros olhos, estes que anseiam por um Moçambique melhor. Melhor para os meus, melhor pro Mundo...mundo refiro o do pé descalço. Aquele cheio de sonhos, esperança a abarrotar a alma, expectativas mil.

Exulta minh’alma, ardente, contributo dado. Sem fazer rumor, fantásticas idéias se me vão passando cabeça adentro...atormento-me, refresco-a e meus pensamentos atraem minha atenção. Nem me envergonho, transpareço o que vejo, o que penso, o que sinto...enfim, o que desejo! Confesso, tudo significar SAUDADE, somos todos diferentes, cada um com sua viagem, seu filme, mas em meu Ego sinto nunca dormir, me encontro desencontrada, com meus problemas, soluções a modo meu, abafando gritos de socorro. Ninguém me ouve, a ninguém digo, exagerada nos cuidados, mas quase bem. Bem com os meus, aqueles que já la foram, não mais ao sol, não mais a chuva, não mais entre nós...De tudo, socorro maior darias tu pai, Liberato Bernardo Soares. Sinto-te dia e noite, presente, quente, amigo, conselheiro nas noites turvas, guia meu quando entre muitos, só.

Ainda eu menina, projecto de adulta, lá estavas plantando o que hoje mamã vê. To pensando em ti, tenho o rosto confundido, te tenho vizinho.

Ivone Soares

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Meu tormento



Impedida pela razão humana

violo as regras do jogo?

Ao ver-te calmo, pulso firme

Invejo aquele volante…

Talvez esteja a ficar “CRAZY”

sinto que palavras faltam-me

quero da distância falar

quero nesta circunstância abordar

que algo forte por ti sinto

inexplicável…

Imersa num compasso de mágoa

marcado por não confessar?

Tua ausência desafia-me,

tu és meu tormento.


Ivone Soares

Desenlance


De branco e vermelho visitei-te

Cintura envolta em teus braços

Nós homem e mulher

Beijamo-nos ardentemente.

Marcante noite

Tarde retornei

Deliciando teu encanto

Exulto hoje… gravados instantes.

Exulta minh’alma…pertença tua.

A meu canto te fizeste

Noutros tempos te fizeste!

E amei aquele instante

Amei tua carne

Tua alma…toda entrega.

Instantes marcantes

Pudera eu (re)viver.

Este tempo conturbado

incendeia àquela: tua,

assim definiste.

Ivone Soares

domingo, 21 de outubro de 2007

País Mudo



País mudo! Este em que vivo

Se falo hoje, fico sem pernas.

Como falar? Calo-me?

Não, não me calo.

País mudo! Silenciar-me é-te fácil!?

Poder é todo teu…Chaves!!!

Temo por mim, lutando.

As portas fechas-me

Implorar-te não vou

Inteira estou e vou andando.

País mudo! Eu falo.

Pouco ou muito, falo.

Intimidar-me é vão

Mesmo nulo.

País mudo!

A todos falantes apagas…


(Dedicado à memória de Carlos Cardoso.)

Ivone Soares

Puzzle da Vida


Desculpas pedis-te

e eu t’as dei.

Mas depois sofrí

E não gostei.

Estive presente no teu passado

e bem sei que não te apercebeste

e agora por mais que tentes mudar

ainda compreendo-te

és pior que uma peste

A tudo indiferente

achando seres diferente

e magoando assim a gente inocente

Para se completar o Puzzle

nesta bamba da vida

urge ser cauteloso

e muito menos curioso.

Ivone Soares

Declaração d'Amor


Muito queria dizer-te

Inibida outra altura aguardava

Hoje longe de ti

Fraca vejo-me, mesmo impotente

e… soluçando pelos cantos

Tua presença meu coração inundava

Longe de mim este distanciamento

Atada, com tanto ardor

Nossas juras alimentam-me

Coabitei com a solidão

passei pela felicidade,

transparecer? … Distante!

Ah, meu amor!

Se pudesse!!

Recuava o tempo

E meu coração abria

Fiz tudo errado

Guardei meus sonhos

Hoje, talvez tarde,

meu sincero amor, declaro.


Ivone Soares

SEM TI


Frios dias vive

Sem sustento

Único tornará?

Vazia se tornou

Mesmo incompleta

Fizera juras

Amor e(x)terno

Quentificadas palavras

em incompreenções imersas

Instantes eternos

Sensações inapagáveis

Próprias, inigualáveis…mesmo indizíveis

Palavras soletra

Inspiração p’ra tudo dizer

Em eterno silêncio

Incompleta tornou.

Amor sem memória?

Infinitamente memorável.

Algures p’ra dar

Querendo… suculento.

Ivone Soares