domingo, 8 de novembro de 2009

Pranto ao luar

Procurava nua
a lua
procurava confiar
nunca desconfiando.
Procurava
somente andando
Então te achou
e acreditou ser tua
mas tuas são tantas.
Então chorou.
Calma, calma gritei
Aí saltei
consolando-a
chorava um pranto forte
aquelas lágrimas competiam com
o Umbeluzi
paralelamente correndo rumo ao mar
então perguntei:
primeiro amor?
Pranteou mais
forte.
Nada disse
apenas olhei
não acalmei
também chorei.
Tinha o coração pesado
betão armado pareceu
veias congeladas
sangue coagulado
todos sentidos estáticos
aí preocupou-me muito mais
parecia mais
um ser sem vida.
pranteei
gritei: é a primeira vez?
Depois
lembrei
que um dia a mim falou
por mais que se conheça
os humanos sempre
surpreendem
triste fiquei.
Pranteei...


Ivone Soares

4 comentários:

Ana Tapadas disse...

Belo poema, Ivone!
Andava à espera...
A tua foto está linda: és jovem e elegante - não «pranteis!
Beijo

Ivone Soares disse...

Minha querida! Paga-se caro quando se é transparente...bigada pela visitinha. Bjão

Jácome D`Alva disse...

Bom dia mulher coragem!
O pranto e a poesia são almas gemeas. São sangue que corre nas veias apenas de alguns, poucos.
Gratificante começar a semana a ler-te.

Ivone Soares disse...

Ilustre D'Alva! É preciso ter sensibilidade mesmo para entender como entendeu. Obrigada pela visita.