sábado, 5 de abril de 2008

Como vim ao mundo

Quando me vim?
Terei me vindo naquele Outubro?
Troco o ordenamento das palavras
troco a sequência gramatical
no lugar de razoar...apenas quero sentir
invento-me reinventando-te palavras
De todas aprontei
nosso vocabulário procurado é.
Ligou-me o jornaleiro
"Ivone anúncios há...
por tudo que é jornal da praça
suplicando a quem souber
a tradução do teu linguajar"
assim disse ele!
Respondo-lhe:" sumauma traduz-se?
maçanicas descrevem-se?
ugauga conta-se?"
Jornaleiro pasmo diz-me
"miúda, não trunques os poemas"
Ahhh...meu velho jornaleiro
aí está o apelo à imaginação...
Sim, lembro-me agora
foi naquele Outubro sim
aos berros me vim
excitada por ver o dia
aquela linda manhã marcou este início
não início qualquer
mas o início da vida da nossa história.

Mas...afinal por que escrevi isto?
Por me ter vindo?
Sim, quem sabe, talvez seja
o certo kido
certo é sentir-me vir a cada manhã-madrugada
nas tardes-noite quando calmamente nos cruzamos
parece o eclipsar de corpos fundidos
Sim... é difícil de imaginá-lo
mas tu, o oculto desnudas
e assim me vim:
corpo nú
alma coberta
garganta explodindo
é o gemido Outubral...
23ª rodada...eis-me contigo!

Ivone Soares


4 comentários:

Scorpio disse...

Lhe gemido, verá.

Ivone Soares disse...

Caos total.

JOSÉ disse...

Dando asas à imaginação, aconselho prudencia aos excessos orgasmicos, podem ser prejudiciais à saúde!
Poema bem conseguido e sentido!

Ivone Soares disse...

Bigada José. Bjhs pra si meu amigo.